Diário Alimentar
Sabem aquelas dicas que a gente pensa: “ah se tivessem me contado isso antes?”, pois é, essa do diário alimentar é uma delas.
Quando recebi o diagnóstico da APLV (alergia ao leite de vaca) de Samuel não foi nada fácil. O médico foi certeiro e deu o tratamento: excluir o alimento da dieta. Parece bem simples, não? Mas não é nada simples.
O dia-a-dia da alergia não se aprende no consultório, por mais que o médico tenha muito conhecimento e boa vontade. Decidimos juntos, o médico e eu, a acompanhar quinzenalmente nessa primeira fase de diagnóstico e tratamento.
Algumas consultas eram muito animadoras, outras nem tanto. Eu ficava completamente perdida. Parecia estar fazendo tudo certo, mas os sintomas iam e voltavam. Depois de dias investigando o que estava furado na minha alimentação, decidi tomar nota de várias coisas diariamente, fazendo assim um diário alimentar.
O diagnóstico do Samuel veio quando ele ainda estava em AME – Aleitamento Materno Exclusivo – logo, quem fazia a dieta era eu. Então, neste Diário eu anotava diariamente:
- todas as refeições feitas, incluindo as marcas e os temperos;
- medicamentos, vacinas e complementos vitamínicos utilizados por ambos, registrando o laboratório, inclusive;
- produtos de higiene pessoal de ambos, meus e dele;
- cosméticos;
- reações do bebê:
5.1- Comportamento:
–Sono
–Irritabilidade
5.2- Respiratório:
–Tosse
–Catarro
–Chiado no peito
5.3- Gastrointestinais:
–Fezes (muco, sangue, diarreia, cor e consistência)
–Gazes
–Cólicas
— Vômito ou refluxo
5.4-Pele:
–Coceira
–Edemas
–Urticárias
–Assaduras
- Mudanças importantes de rotina, como passeios, consultas e visitas.
Muita coisa para escrever, não é? Para ficar mais fácil, Elias, o pai, fez uma tabela onde só preenchíamos os espaços.
O diário entrou na nossa rotina sem muita dificuldade, IMPORTANTE, sem ser um peso. O caderno ficava lá: ao lado da minha cama, e eu o preenchia. Algumas vezes inseria desabafos, outras piadas, outras escrevia: “o mesmo de ontem”, “nada de novo”, “vou enjoar de cuscus”, “esse bolo tava bem ruim”… ele, o diário, não foi uma grande obrigação, foi uma ajuda e que me limitei a manter atualizado.
Partindo dessas anotações, foi possível diagnosticar a alergia a ovo e também descobrir onde havia erros na minha dieta, possibilitando acertar o tratamento do meu filho. Acontece que nos casos de alergia alimentar, exames são complementares, para o diagnóstico a observação clínica adequada é fundamental e o diário foi um mecanismo maravilhoso para se chegar à cada conclusão.
O trabalho valeu a pena! Que bom que posso dar essa dica a está começando!
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